De Bicicleta em Copenhaga - de uma ponte(a) à outra (waterfront living zig zag)

Recordo-me sempre de Copenhaga pelas suas reentrâncias e canais de água.

Explorando os vários bairros, cada um com as suas peculiaridades, a cidade emerge na sua vivência e relação com o mar, os seus edifícios com distintas arquitecturas, e os mais de 400 km de pistas e caminhos de bicicleta.

Para se descobrir Copenhaga em todos os seus meandros, aconselho o uso de uma das muitas bicicletas disponíveis na cidade, à distância da instalação de uma simples aplicação.

Uma proposta que faço, é percorrer o trajecto pelas pontes e percursos nas margens do canal principal, começando a nossa viagem por um dos bairros residenciais mais vibrantes e recentes - Ørestad.

Percorrendo a avenida principal deste bairro, no sentido sul-norte, deambulamos por caminhos entre alguns dos edifícios habitacionais mais inovadores, projetados para promover a interação entre a comunidade e o ambiente em volta, alguns deles idealizados por um dos mais conhecidos ateliers de arquitetura dinamarquesa - Bjarke Ingels Group (BIG).

Uma primeira paragem para um café matinal no 8 Tallet Café e Restaurante, parte integrante da 8 House, edifício situado no fim do bairro, com vista para a reserva natural.

Posteriormente, apreciamos também a VM Mountain e a VM House, assim como a Ørestad Street Hall, marcos arquitetónicos da zona.


Ilustração feita por Catarina Barbosa

Seguindo caminho, fazemos uma volta sobre a água em forma de serpente, cruzando a ponte Cykelslangen (The Bicycle Snake) até ao lado oposto, em direção ao centro.

De um lado, aproveitamos para um mergulho no porto, em Islands Brygge Harbour Bath, e do outro lado da margem fazemos uma paragem para apreciar um conjunto alargado de exposições no Danish Architecture Center (DAC), ou ler um livro na Royal Danish Library, The Black Diamond.

Contemplando a água, situado no BLOX (espaço de encontro e interação de pessoas com a arquitetura, design e desenvolvimento urbano sustentável), o DAC engloba o mundo da arquitetura com o design, sugerindo-nos exposições, eventos e conversas.

Continuando o caminho, ziguezagueando as margens do canal principal, cruzamos a ponte Lille Langebro, como parte integrante do projeto BLOX, até à conhecida área de Christianshavn, descrita nos manuais da cidade pela sua atmosfera única, passível de uma exploração mais aprofundada, em comunhão com a natureza.

De Christianshavn, seguimos pela Cirkelbroen (The Circle Bridge), ponte ímpar ao nível do design, desenhada pelo artista dinamarquês-islandês Olafur Eliasson.

Com os seus percursos circulares, convida a uma pausa para observar o ambiente envolvente. Depois de uma pausa, partimos para uma breve exploração do centro histórico, Nyhavn e de todos os seus recantos, que nos proporcionam experiências distintas a nível cultural, também com os melhores cafés e restaurantes, bem como lojas dedicadas ao design nórdico, das quais destaco a Hay House, Illums Bolighus ou o Studio Arhoj.

Virando-nos para o interior da cidade, vale a pena pedalar em direcção ao bairro multicultural de Nørrebro, através da Dronning Louise's Bro (Queen Louise's Bridge), a mais movimentada rua de bicicletas do mundo, que liga o centro de Copenhaga a esta área. Conhecido como o bairro da capital dinamarquesa mais diverso a nível cultural, lá encontramos diversos momentos de criatividade e cultura.

Aqui, dirigimo-nos para um open space urbano, o parque Superkilen, que está dividido em 3 zonas (Red Square, Black Market e Green Park). Constituído por inúmeros percursos e linhas pedonais e cicláveis, cada área sobrevive por si enquanto parte integrante da comunidade que o rodeia, com café, música e desportos; fontes e zonas de estar; picnics e passeios animais, de variadas partes do mundo. Mais um projeto do atelier BIG.

Partindo para um fim de tarde que se aproxima, justifica-se continuar o trilho de volta ao centro, em direção aos Ofelia Plads, para aproveitar os vários eventos disponíveis, nomeadamente concertos e exposições junto ao porto.

Para terminar este percurso, dirigimo-nos para uma última ponte - Inderhavnsbroen (The Inner Harbour Bridge), que nos liga pela água até duas das zonas waterfront living, Christianshavn e Holmen, as quais atravessamos até ao nosso último destino, o bairro de Refshaleøen.

Aqui podemos assimilar um sem-número de experiências, desde exposições de arte contemporânea, saunas e até a mais recente pista de ski, incomparável pela escala e pelo programa que propõe, construída no topo da nova central de tratamento de resíduos, CopenHill ou Amager Bakke.

Para além disso, há também a oportunidade de experienciar um café no cimo da central ou subir a maior parede de escalada do mundo, com 85 metros de altura. Daqui, culminamos o dia no playground urbano para a criatividade, inovação e comida orgânica, Reffen Copenhagen Street Food, o maior local de comida de rua dos países nórdicos e um símbolo de uma cultura sustentável em crescimento.

Links úteis: Bike rental e Guia


Por Catarina Barbosa - Tripulante de Cabine na TAP desde 2017.

Além de colaboradora TAP, Catarina Barbosa é ilustradora e Designer Visual.

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